BARROS, MÔNICA SIQUEIRA LEITE DE. As mulheres trabalhadoras e o anarquismo no Brasil.

Feminismo movimento operário Brasil- História do anarquismo

Mestrado
Orientador: Décio Azevedo Marques de Saes. Data da defesa: junho 1979. IFCH
RESUMO
Este trabalho lida com uma categoria pouco estudada nas Ciências Humanas e que vem recentemente conseguir o estatuto da questão feminina. Trata-se das mulheres trabalhadoras no conjunto da classe operária na Primeira República, período de formação do capitalismo industrial no país, nas áreas de São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente. Constituindo 33,7% da força de trabalho operária em São Paulo (cf. censo de 1920), as mulheres, principalmente têxteis e costureiras, organizaram-se em sindicatos e ligas participando nos movimentos reivindicatórios e de solidariedade do período, tendo atuado significativamente na Greve Geral de 1917 e criado ligas femininas nos anos 1920. A situação espezinhada de mão-de-obra feminina (salários discriminados, maus tratos de contramestres e patrões, trabalho noturno, direitos específicos no trabalho, por ex. creches, etc.), era constantemente criticada pela imprensa operária que constituiu-se em fonte primária de pesquisa para a confecção da tese. Os anarquistas e anarco-sindicalistas tiveram papel importante na organização dos trabalhadores, o que pode ser atestado não só pela imprensa operária e organização sindical mas também pelos documentos e deliberações dos Congressos Operários Brasileiros realizados na época, os de 1906, 1913 e 1920. Dessa maneira, a tese constrói o elo histórico entre a teoria política anarquista e a questão feminina, ou seja, a concepção libertária da mulher e da família na sociedade de classe e sua importância e significado no movimento de emancipação e justiça social.
Arquivo Edgard Leuenroth