RECLUS, Elisée. Anarquia Pela Educação

Educação. Ver também: "Comunidades libertárias"; "Escolas libertárias"; "Universidades"

Tradução: Plínio Augusto Coêlho. São Paulo (santo andré): Editora Hedre (COLEÇÃO: ESTUDOS LIBERTARIOS), 2011 (Edição: 1ª). Páginas: 104.

ISBN: 978-85-7715-23

Anarquia pela educação é uma compilação de artigos de Élisée Reclus que reúne seus escritos políticos. Organizado e traduzido por Plínio A. Coêlho, o livro apresenta ao leitor sete artigos: “A anarquia”, “Por que somos anarquistas?”, “A revolução”, “A anarquia e a igreja”, “Algumas palavras de história”, “A meu irmão camponês” e “A pena de morte”. Publicados entre 1879 e 1901, os textos tratam de suas concepções acerca da doutrina anarquista, utilizada como base para suas posições acerca dos mais diferentes assuntos, todos os quais têm a educação como pano de fundo.

Élisée Reclus (Sainte-Foy-la-Grande, 1830–Torhout, 1905) foi geógrafo e anarquista francês. Em 1851 viajou à Berlim, na Alemanha, onde foi aluno de Carl Ritter, retornando ainda no mesmo ano à França objetivando, com outros franceses, impedir o golpe de Estado de Luis Napoleão. O sucesso do golpe obriga Reclus a exilar-se na Inglaterra, pesando-lhe a acusação de defender ideais e práticas revolucionárias. Teve participação ativa na Comuna de Paris, em 1871, responsabilizando-se, juntamente com seu irmão, pela Biblioteca Nacional. Com o fim da Comuna, foi preso e deportado para a Nova Caledônia com outros communards. Banido por dez anos da França, visitou a América, a África e a Ásia. Em 1893 realizou sua última grande viagem, conhecendo a América do Sul, e passando pelo Brasil. Ao final do ano mudou-se para a Suíça, onde participou da Federação Jurassiana, uma organização operária impulsionada pelos anarquistas que haviam sido expulsos da Primeira Internacional. Em 1894 muda-se para Bruxelas, na Bélgica, onde trabalha para a criação da Universidade Nova e do Instituto de Altos Estudos. Responsável pela produção de uma longa e extensa obra, Reclus contribuiu para diversas publicações, dentre as quais destacam-se a Nova geografia universal: a terra e os homens (dez volumes) e O homem e a terra (5 volumes). Esquecido por um longo tempo, a partir dos anos 1970 começa a ser redescoberto por teóricos de diversas áreas do conhecimento.

Plínio Augusto Coêlho é tradutor desde 1984, quando fundou a Novos Tempos Editora, em Brasília, dedicada à publicação de obras libertárias. A partir de 1989, transfere-se para São Paulo, onde cria a Editora Imaginário, mantendo a mesma linha de publicações e traduzindo dezenas de obras. É o maior tradutor e editor das obras de Reclus em português, incluindo, dentre suas traduções, as coedições das editoras Imaginário e Expressão e Arte: A evolução, a revolução e o ideal anarquista (2002), Renovação de uma cidade / Repartição dos homens (2010), As repúblicas da América do Sul (2010) e Da escravidão nos Estados Unidos (2011). É idealizador e cofundador do IEL (Instituto de Estudos Libertários).

Philippe Pelletier é geógrafo francês e professor doutor de Geografia na Universidade Lyon II. Especialista em assuntos do Japão, país em que viveu sete anos, foi membro do Centro de Pesquisa Sobre o Japão Contemporâneo e do Instituto da Ásia Oriental. Especialista na obra de Reclus, possui significativa produção que trata sua obra a partir de uma abordagem da geografia política.

Série Estudos Libertários reúne obras, em sua maioria inéditas em língua portuguesa, que foram escritas pelos expoentes da corrente libertária do socialismo. Importante base teórica para a interpretação das grandes lutas sociais travadas desde a segunda metade do século XIX, explicitam a evolução da ideia e da experimentação libertárias nos campos político, social e econômico, à luz dos princípios federalista e autogestionário.